terça-feira, 1 de setembro de 2015

O fim

Quanto ao fim do ser humano, isso causar dor, é outra coisa que precisamos conversar. Isso porque a questão de acabar, ter um fim, é algo interessante e que por isso precisamos abordar neste momento.

O que é o fim de alguma coisa? É o término, a extinção. Quando algo chega ao fim acabou, não existe mais. 

A partir disso, pergunto: quando o ser humano pode ter a consciência de que acabou, que chegou ao fim? Nunca. Você, o ser humano, nunca terá a consciência de que foi extinto. Vou explicar o que estou afirmando.

Enquanto não acabar, não pode haver a consciência de ter acabado. Depois que acabar, que foi extinto, o ser humano não tem mais consciência. Como, então, pode haver a consciência de ter acabado? Sendo assim, o ser humano jamais terá consciência de ter sido extinto, pois para que ela existisse, não poderia ter havido antes a extinção. 

Chegamos, então, a mais uma questão que a pessoa que me questiona neste momento coloca na sua pergunta: a pena pela extinção do ser humano. Para que ter pena do ser humano pelo fato dele ser extinto um dia, se ele não sofrerá por isso, já que não terá a consciência de ter sido extinto? Antes de chegar ao fim, o ser humano não sofre esta dor e nem poderá sofrer depois que isso acontecer, pois não terá mais consciência de nada. 

Essa questão do fim é muito importante. O fim é o término de tudo e quando alguma coisa acaba, é extinta, não mais existe e é como se nunca tivesse existido. Isso vale, por exemplo, para relacionamentos amorosos, afetivos.

Digamos que você seja amigo de uma pessoa e de repente a amizade acabe. No momento seguinte que ela acabar, já acabou, e por isso posso dizer que não existe mais e é como se nunca tivesse existido. Sendo assim, porque sofrer por algo que nunca existiu?

O problema é que acham que depois de extinto alguma coisa pode continuar existindo. Isso é impossível. Se a amizade acabou, ela encerrou, não existe mais. Sei que é difícil entender o que estou dizendo. Por isso vou tentar explicar melhor.

Quando uma amizade acaba, o que passa a existir é a lembrança dela ter existido e não mais ela. Por causa da identificação com a mente, a lembrança passa a ser vivida como algo real, algo que afirma que a amizade existiu, mas ela não existe mais. 

A partir daí você poderia me perguntar: ‘esta amizade não pode voltar’? Eu digo que não. O que pode haver é uma nova amizade com a mesma pessoa, mas não mais aquela. 

Repare numa coisa. A amizade que você tem com uma pessoa existe dentro de um determinado nível, é formada por alguns parâmetros. O que a levou a acabar, seja em que aspecto for, causará marcas que fará com que a nova amizade, se ela viver, seja vivenciada em um nível diferente, com aspectos diferentes. Por isso, não será a mesma amizade que voltará, mas uma nova. 

Isso é importante para compreenderem a questão do fim. Fim é fim: depois que algo acaba, não existe mais. Por isso é preciso que trate como nunca houvesse existido para que não deixe que aquilo que acabou traga reflexos para a vida, para o momento atual. 

Isso serve inclusive para a morte. Quantos têm medo da morte? Mas, se ela é o fim, se não há nada depois dela, se marca a extinção do ser humano e se este só terá a consciência de que morreu depois da morte, não haverá a consciência de que morreu. Para que, então, ter medo dela? 

Vocês tem medo de morrer e ficar se lamentando por causa disso. Garanto que isso jamais acontecerá. Isso porque se a morte for o fim, você jamais saberá que morreu. Mas, se existir vida depois da morte, para que lamentar ter perdido a vida? Se souber que morreu, você não está morto.

A perfeita compreensão sobre o fim é necessária porque sem ela existe sofrimento. O fim é o ponto final e nada existe depois. Portanto, depois que o fim chegar, nada pode afetar mais aquilo.

Enfim, está aí mais uma forma de ter o poder da felicidade. Se a sua mente cria durante o trabalho de não identificação com ela a pena do ser humano, não tenha isso. Não tenha pena do sofrimento que esse ser possa ter, pois ele possui apenas a ideia de sofrer, mas não sofre verdadeiramente. Também não tenha pena pelo fato dele acabar um dia, porque quando isso acontecer nem lembrará do dia que existiu. 

Portanto, fique tranquilo. Continue buscando a sua não identificação e a sua mente novamente lançar a ideia que hoje lhe aflige, diga: ‘não preciso ter pena do ser humano’. 

Com as graças de Deus.

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