segunda-feira, 14 de setembro de 2015

É preciso ceder

É neste ponto que começa o problema da busca da felicidade que dizem fazer. Isso porque nenhum ser humano quer ceder um milímetro daquilo que acha que é certo, que acha que gosta ou do que imagina ser justo. Ninguém está disposto a ceder suas posses, suas paixões e desejos para poder servir ao próximo, para poder se universalizar, para poder ser feliz.

À respeito disso lembro que falava assim: vocês buscam a elevação espiritual, mas não querem dar nada para alcança-la. Para mostrar isso contava a seguinte história.

Elevar-se espiritualmente é unir-se à Deus, aproximar-se Dele. O Pai é o centro do universo, é o meio de tudo o que existe. Hoje estão afastados dele e o meio, o centro do universo que vivem é o astro rei, o sol. É a partir destas figuras que falo da elevação espiritual.

Usando esta comparação que fiz, posso dizer que a busca da elevação espiritual pode ser comparada à busca de chegar ao sol. O ser humano que busca a Deus pode ser comparado àquele que quer chegar o sol. Só tem um detalhe: para não se queimar o ser humano quer chegar no sol à noite ...

É desta forma que ele busca a elevação espiritual. Quer aproximar-se de Deus, mas não quer perder nada do que tem hoje. Isso é impossível. 

O trabalho da busca do poder da felicidade exige que você ceda à alguma coisa. Exige que você se doe em alguns momentos. Se não houver essa doação, essa cessão de supostos direitos, não há como ser feliz, pois dependerá do outro para ser feliz sempre. Neste caso, mesmo que consiga o que anseia, não terá felicidade, mas sim prazer.

Aquele que não sabe ceder suas vontades, anseios e verdades ao próximo não consegue jamais ser feliz. Isso porque o egoísmo nato do ser humanizado fará com que ele exija que o outro comungue das suas verdades. Como o outro possui vontades e verdades diferentes e também não cede, o embate entre os seres é inevitável. É por isso que afirmo que o relacionamento de dois seres é sempre uma disputa de cabo de guerra.

Como o ser humanizado quer ser feliz, se a felicidade depende da paz e da harmonia e os envolvidos querem sempre impor suas vontades um ao outro? Como podem viver em felicidade a convivência mutua se a cada momento que ela acontece quer que sua vontade e verdade prevaleça. Impossível, não é mesmo? 

Portanto, o que estou lhe recomendando para que viva a paz e a harmonia, é que comece a trabalhar dentro de si a questão do doar-se, do ceder em prol, em benefício do outro. Claro que é um benefício para o outro o seu ceder, mas o maio beneficiado é você mesmo, pois viverá em paz e harmonia a mesma coisa que viveria em contrariedade.

Pai Joaquim

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