segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O amor e o relativismo

A partir de tudo o que falamos, ou seja, a partir do que é absolutismo, o que é relativismo e como lidar com essa informação no sentido da busca da união com Deus, temos que analisar alguns paradigmas, já que não temos como analisar tudo, da vida a partir destas informações. Vamos fazer isso agora.

Paradigmas são verdades. Precisamos analisar algumas coisas que para vocês são verdades absolutas, apesar de serem relativas, para compreendermos o seu relativismo. Vou dar um exemplo que é o mais profundo que podemos usar nesta análise: o amor. 


A partir do momento que se entende que tudo nesta vida é relativo, é preciso compreender que os amores desta vida são relativos. É preciso compreender que tudo o que ama só é tratado desta forma por você. Existem pessoas que não amam o que você ama. Além do mais, é preciso se viver com a certeza de que aquilo que hoje é amado amanhã poderá não mais ser. 


É preciso compreender que se os amores desta vida são relativos, vocês são incapazes de amar absolutamente. É preciso compreender que vocês são incapazes de amar de uma forma eterna e a todos. 


Você, ser humanizado, é incapaz disso. É incapaz de amar verdadeiramente, pois o amor é algo absoluto que o ego humano relativa. Faz tanto isso que cria tipos de amores: o amor filial, o amor marital, o amor entre colegas. É da consciência da existência dos diversos tipos de amores que os seres humanizados vivem que devemos ter a consciência de que tudo o que amamos neste mundo é vivido com um amor relativo e não com um universal, absoluto. 


O amor desta vida vale apenas para determinadas pessoas e por determinado tempo e nem todos amam de uma forma igual. Ter essa consciência é a prática do conhecimento da existência do relativismo e do absolutismo. 



Quando se sabe que neste mundo existe apenas verdades e realidades relativas, precisamos levar esta consciência a todas as coisas para que possamos tratar tudo como relativo, ao invés de tratar algumas coisas de forma absoluta. 


Pode ter gente, por exemplo, que não se comova com a foto de uma criança, que não se enleve com a imagem de um animal: você sabia disso? Claro que não, pois imagina que seu amor é absoluto, ou seja, que todos têm que amar aquilo que você ama. É por tratar seus amores como absolutos que não consegue amar o próximo como a si mesmo. 


A prática da busca da união a Deus não se trata de deixar de amar o que ama, mas saber que os seus amores são relativos. Já demos este exemplo hoje: a pessoa que frente aos ensinamentos monistas dizia que queria amar a sua companheira especificamente. Este ser não precisa deixar de amá-la, mas precisa compreender que não é capaz de amar na Verdade, na Realidade, ou seja, de ter um amor absoluto. Esta é a prática da busca da união a Deus. 


Quem compreende a questão do relativismo e do absolutismo sabe que não pode amar alguém especificamente porque sabe que não pode haver Amor Absoluto por uma única pessoa. Este tipo de amor precisa ser vivenciado de uma forma genérica e não específica. Só que esta consciência não precisa lhe levar a deixar de amar quem ama, mas apenas saber que quem não amar quem você ama não está errado. 


Amar a alguém ou a alguma coisa especificamente é nutrir um amor relativo. É algo ilusório, algo que pertence apenas a este mundo. Por isso, é preciso ter a plena consciência do relativismo do que se sente. 


Portanto, se Cristo disse que é preciso amar a tudo e a todos, é preciso compreender que a prática desse amor não se trata em nutrir um novo sentimento ou deixar de amar a quem se ama, mas apenas compreender que os amores desta vida são relativos e que por isso nem todos precisam amar as mesmas coisas que você. Quando compreende isso e continua amando o que você ama e dá ao outro o direito de amar o que ele quiser, cumpriu os mandamentos que Cristo ensinou.


Neste momento estará amando de uma forma absoluta, já que não acreditou nos amores relativos.

Pai Joaquim

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