terça-feira, 1 de setembro de 2015

A necessidade da prática

Participante: um músico só aprende a tocar tocando, mesmo que seja de uma forma errada. É assim que se aprende a manter-se vigilante?

Perfeito. 

Vou falar em palavras humanas: vocês só aprendem a fazer alguma coisa, fazendo. Vocês mesmos dizem: as pessoas que saem formados de uma faculdade não sabem as coisas perfeitamente. Porque isso? Porque nunca fizeram o que aprenderam a fazer: apenas estudaram como se faz. 

Não adianta estudar como se faz. Se não pegar e começar a fazer jamais conseguirá realizar.
Esse é um fundamento da constância espiritual. É o que já cansei de dizer em outras palestras. Para aquele que realmente quer aproximar-se de Deus não é possível ao final de cada conversa se despedir das pessoas presentes, achar que a conversa foi muito boa e esquecer tudo o que foi falado aqui. É preciso começar a praticar o que se ouviu.

Não se vive uma espiritualidade em alguns momentos. Não se vive uma busca a Deus em alguns momentos. É preciso ser vinte e quatro horas buscador do Pai. Esta é a constância espiritual Aquele que transforma a sua busca a Deus em preocupação presente apenas em momentos esporádicos não faz nada. 

Não estou falando em ouvir constantemente esta ou outras conversas, nem em dedicar-se a leitura de ensinamentos para a elevação espiritual. Estou falando em ter a consciência da necessidade de ser constante espiritual vinte e quatro horas por dia e trabalhar pela sua espiritualização o dia inteiro. Estar sempre zeloso.
Aquele que faz isso quando a mente está amando a esposa, ele está a parte disso. O personagem está preocupado com o trabalho, com o que vai fazer amanhã; o buscado está com o coração a parte disso. O personagem está dirigindo o carro e o buscador está com o coração separado das emoções que surgem neste momento. 

Agora, dá para entender as minhas colocações durante estes estudos. Lembro que em determinado momento durante as palestras monistas ia brincar com vocês, mas acabei não fazendo. Naquele momento ia dizer para a pessoa que lê as questões para fazer as cinco primeiras de uma só vez e responderia a todas: isso é ilusão. Sei que alguns iriam imaginar que essa minha postura seria errada, mas estaria apenas seguindo o ensinamento trazido por Krishna e Salomão que afirmam que tudo que existe neste mundo é ilusão.
Se este ensinamento é verdade, pela constância espiritual é necessário que o ser humanizado que busca a Deus aplique este ensinamento a tudo. Eis aqui um grande detalhe que as pessoas se esquecem.

Em O Livro dos Espíritos está escrito que Deus é a Causa Primária de todas as coisas. Os inconstantes espirituais mesmo tendo recebido este ensinamento acham que Ele é a causa primeira apenas de algumas coisas e de outras não. No Bhagavata Puranas está escrito que tudo que lhe vem à mente é ilusão. Os inconstantes espirituais, apesar de conhecerem este caminho para se chegar a Deus, ainda transformam algumas coisas em não ilusão. Cristo disse que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo. Aí os inconstantes espirituais, os não vigilantes, só amam aquilo e a quem querem amar. Pior: ainda dizem que fazem isso por amor a Deus e ao próximo.

Ser um constante espiritual é pegar a compreensão de um ensinamento de um mestre que está no ego e aplicar a tudo que existe. Aliás, o tudo será um outro tema que falaremos neste trabalho.

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