segunda-feira, 21 de julho de 2014

Apontar o erro dos outros

Participante: o problema, então, é apontar o erro dos outros?
A humanidade que você está vivendo está se pronunciando agora ao colocar o outro nesta questão. Reforma íntima é algo que deve ser feito por e em você. Isso não tem nada a ver com o outro...
Sendo isso verdade, o problema nunca não está na forma como você age com o outro, mas sim na forma como age consigo mesmo. O problema para quem quer buscar a elevação espiritual nesta encarnação está em defender os seus interesses e não em atacar o do outro. Por que isso? Porque esta defesa é a utilização do egoísmo.
O egoísmo não tem nada a ver com o outro ou com qualquer elemento deste mundo. Tem a ver com a forma como você age com o seu conjunto de conceitos. Agindo defendendo-o, agiu egoisticamente; se age atacando-o, também está agindo de uma forma egoísta, pois este seu ataque é a defesa de uma nova verdade.
Este aspecto é fundamental para quem harmonizar-se com o mundo. Isso porque a sua ação de reformar-se deve se concentrar em observar a forma como você relaciona-se com suas verdades e não com o que o outro faz. O que ele faz pouco importa: o que interessa é saber como você vai se relacionar com o pensamento que surgir naquele momento. Se defendê-lo, ou seja, disser que ele está certo, agiu egoisticamente; se disser que ele está errado, da mesma forma defendeu uma verdade: a verdade que deve se harmonizar com o mundo.
A neutralidade que demonstra a harmonização se dá quando apenas constata que pensou de um jeito e não quando tem um pensamento neutro com relação ao outro. Você tem todo o direito de pensar que ele está errado: o que não tem é o direito de achar que este pensamento está certo ou errado.
Aquilo que você pensa faz parte do mundo com o qual precisa se harmonizar, pois é o cabeçalho de sua provação. Aliás, na verdade, a sua provação é o fato de pensar desta ou daquela forma e não o que os outros fazem.
Cada vez que alguém pratica uma ação na sua frente, espontaneamente lhe surge um pensamento concordando ou discordando com o que está acontecendo. É neste momento que sua provação começa e não quando a ação foi praticada por outro ou por você. É neste momento que precisa haver a harmonização e ela é alcançada quando se consegue a neutralidade com relação ao que foi pensado. Ou seja: ‘eu pensei isso, mas não sei se este pensamento é certo ou errado’.
Repare que a harmonização que estou falando é muito mais fácil do que vocês estão imaginando. Não se trata de ter que engolir sapos (aceitar o que o outro faz) nem de fazer o que ele quer. Você pode até ter pensamentos de revolta com o que o outro está fazendo: o que não pode é acreditar nesta revolta. O que não pode é aceitar que aquela revolta é real, verdadeira, certa ou errada.
A sua desarmonia não se caracteriza pelo que o outro faz nem pela forma como você reage mentalmente ao que aconteceu, mas sim pela sua relação com o que é pensado. Não agindo de forma neutra com relação ao que o pensamento cria, estará em desarmonia com o momento, mesmo que não critique o outro.
Enfrentar seus pensamentos: esta é a única batalha que o espírito tem durante a encarnação. Ele precisa estar o tempo inteiro atento ao que os pensamentos dizem para não corroborar com eles, pois se assim o fizer, estará agindo egoisticamente.
Há tempos atrás disse que a mente não é egoísta. O egoísmo não está nela, mas em você, no espírito que encarna. Como falei agora pouco, se você está encarnado num mundo de provas e expiações é porque o seu estágio de evolução espiritual se caracteriza pelo fato de querer defender seus interesses, pois acha que sabe, acha que suas informações são verdades absolutas.
Todo pensamento é formado a partir destas verdades. Quando, por exemplo, acredita que existe um lugar certo, dá valor de absoluto a um determinado lugar, o seu pensamento será formado a partir desta informação. Mas, isso não quer dizer que ele é egoísta: ele é apenas uma provação.
A prova consiste-se sempre em usar o não o egoísmo, ou seja, em defender o não o que o pensamento diz. Defendendo-o, acreditando no que ele fala, foi você que agiu egoisticamente e não o próprio pensamento. É por isso que disse que a neutralidade precisa ser conseguida entre você e o que está sendo pensado e não entre você e o que o outro fez.
Esta é a verdadeira harmonia. Ela existe quando você atinge a neutralidade com relação àquilo que o pensamento lhe afirma. Quando o segue, seja elogiando ou criticando o que está acontecendo, viveu egoisticamente e com isso se desarmonizou.
Portanto, saiba de uma coisa: o que você pensa não é certo nem errado. Tudo o que o pensamento lhe afirma que está acontecendo, o que ele diz que é certo ou errado, é bonito ou feio, bom ou mal é apenas o cabeçalho de sua provação. Quando esta informação lhe chega você tem a oportunidade de agir egoisticamente (defendendo o que é pensado) ou de optar em permanecer neutro. Neste caso venceu a batalha desta vida: superou a o egoísmo, pois se libertou de um saber.
 
Fonte: Pai Joaquim 

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