segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ENSINAMENTOS DE BUDA - 14 - A CAUSA PRIMÁRIA E A LEI

Quando falamos em atos que causam impactos profundos e irreversíveis estamos falando em acontecimentos que estão legislados por códigos materiais ou divinos. Falamos em matar, roubar ou adulterar. Quando alguém comete um delito desses seguiu uma Causa Primeira dada por deus para agir daquela forma. Um assassino só consegue matar uma pessoa se Deus comandar o ato do assassinato.
“Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com ele e sim dar o verdadeiro sentido deles”. (Mateus – 5,17).

Está escrito que não se deve matar, mas assim mesmo os assassinatos acontecem diuturnamente. Se Deus é a Causa Primeira de todas as coisas, também tem que ser a Causa Primeira do assassinato. É por ter esse conhecimento que Jesus Cristo logo no início de sua pregação (Sermão do Monte) avisa que não veio para quebrar a lei, mas dar o real sentido dela.

O real sentido da lei não matar não é o de coibir o ato do assassinato, mas de que os seres preservem a vida do próximo. Para que isso aconteça é preciso que o ser universalize seus conceitos, pois enquanto tiver individualismos se ferirá e acabará merecendo se tornar em um assassino.

Assim, o ensinamento Deus Causa Primária não serve para afirmar que se pode matar se quiser, mas para ensinar que se o ser universalizar os seus conceitos jamais se tornará um assassino. O sentimento que espelha o universalismo é o amor universal. Portanto, Cristo veio para dizer que você deve amar para não se tornar em um assassino e não para continuar afirmando não mate.

O assassino tem o ato do assassinato comandado por Deus de acordo com as suas escolhas sentimentais. Quem odeia, tem raiva, inveja e outros sentimentos individualistas é um potencial assassino. Ao escolher esses sentimentos para os seus raciocínios, o ser passa a merecer que Deus o comande na prática do ato de matar.

Como vimos, o ser que merecer se transformar em um assassino não conseguirá provocar a morte de quem quiser, mas o alvo dos seus atos será determinado por Deus através do pensamento. Aquele que receber o ato também será merecedor dele. Dessa forma, se transforma em assassino aquele que merece e desencarna aquele que também merece desencarnar.

Essa visão para os acontecimentos é difícil para os seres encarnados que estão presos à vida carnal, mas já foi fartamente comentada pelos enviados de Deus.

“853b – Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se a hora não é chegada? “Não, tu não perecerás, e disso tens milhares de exemplos. Mas, quando é chegada a tua hora de partir, nada pode subtrair-te dela. Deus sabe, antecipadamente, de qual gênero de morte partirás daqui e, frequentemente, teu espírito o sabe também, porque isso lhe é revelado quando faz a escolha de tal ou tal existência”. (O Livro dos Espíritos).

O momento da morte é definido no Livro da Vida pelo ser antes da encarnação bem como o modo como ela ocorrerá. Aquele que morre assassinado já tinha esse destino traçado por ele mesmo e Deus, ao colocá-lo na frente de quem irá assassiná-lo apenas cumprirá o pedido pelo próprio ser.
Assim, todas as situações da vida, mesmo aquelas que pareçam atos de barbárie são comandados por Deus de acordo com a própria solicitação do ser no livro da vida, que foi feita com a intenção de expiar ferimentos causados por individualismos em outras existências. 

Utilizando a interdependência entre os seres, Deus vai gerando a impermanência dos pensamentos de acordo com o livre arbítrio sentimental de cada um. Dessa forma, cada um passa a fazer parte do outro e a sua própria parcela que existe dentro do assassino pede a Deus que o ato ocorra como prova de sua capacidade ou não de universalizar o ato.

Esta é a real interpretação das Leis de Moisés que aquele que alcança a elevação espiritual deve possuir.

Fonte: Pai Joaquim

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