segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ENSINAMENTOS DE BUDA - 10 - DEUS CAUSA PRIMÁRIA

Para a pergunta que deixamos no item acima só poderemos chegar a uma única resposta: não! O homem não possui universalização suficiente para governar o universo. Nem a sua própria vida ele consegue governar para ser feliz, que dirá milhões de planetas, estrelas e sóis com os seus trilhões de habitantes. Como manter a felicidade de todos ao mesmo tempo, levando cada um a abandonar os seus desejos individuais para participar de uma felicidade coletiva?

Pelos ensinamentos da interdependência, impermanência e não-eu compreendemos que o universo se movimenta através de engrenagens que rodam coletivamente, proporcionando ações que trazem a felicidade coletiva. Toda essa engrenagem é movida pelo motor da causa e efeito.

No entanto essa máquina tem que ter um programador, alguém que faça a engrenagem certa rodar para o lado correto para mexer de forma precisa a outra engrenagem. Esse programador, para dirigir a máquina, precisa agir e por isso tem necessariamente que ser um ser. Apenas o ser que possua as suas propriedades intrínsecas elevadas ao expoente máximo pode ter a percepção necessária para promover a felicidade de todos. Esse ser é Deus.

Deus é quem programa todos os movimentos das engrenagens (seres) para que com suas ações façam o universo funcionar perfeitamente (Inteligência Suprema), com justiça (Justiça Suprema) sem causar ferimentos (Amor Sublime).

A essa ação de Deus chamamos de Causa Primeira e as ações que os demais seres fazem sob o direcionamento da Causa Primeira, efeitos. A Causa Primeira tem que ser Deus para que o efeito (ato do ser) dê a quem merece o que merece (justiça) e a quem precisa o que precisa (amor).
“1 – Que é Deus? Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas” (Livro dos Espíritos).
Apesar de ter sido consagrada fora da ordem ditada pela espiritualidade, a primeira resposta de O Livro dos Espíritos afirma exatamente isso. Deus é a causa primeira de todas as coisas, pois possui a Inteligência Suprema. Este ensinamento é antigo, mas nem mesmo os espíritas, para quem O Livro dos Espíritos é obra fundamental, compreendeu dessa forma.

Todo ser humano, independente de crença religiosa, imagina-se independente do universo, senhor do planeta, raça superior. Trata a si mesmo como ser racional, aquele que por ter esse processo agregado à sua inteligência, pode dominar o desejo dos outros elementos do planeta. Por isso não se acha coisa e aplica esse termo aos elementos inanimados (sem ação).

Deus é a Causa Primeira dos minerais, dos gasosos, dos aquáticos, dos vegetais e dos animais, mas não do homem. Apenas porque os seres que habitam nesses elementos não possuem o poder de raciocinar (marca do livre arbítrio) eles terão que ser submissos ao desejo de Deus. O homem, entretanto, não se incluem nessa lista, pois imaginam que o poder do raciocínio lhe dá liberdade de agir.

Dessa forma, o homem imagina que age independentemente do universo, imagina-se permanentemente o mesmo e não vê que é composto por todo o universo. Acha que pode gerar atos apenas porque quer praticá-los. O seu desejo é soberano.

“9 – Onde se vê, na causa primeira, uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências? Tendes um provérbio que diz isto: pela obra se reconhece o artífice. Pois bem! Olhai a obra e procurai o artífice. É o orgulho que engendra a incredulidade. O homem orgulhoso não vê nada acima dele e é por isso que ele se chama de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater”! (O Livro dos Espíritos)
Toda a humanidade raciocina dessa forma, mesmo os espíritas que já haviam recebido a informação da Causa Primária explicitamente na obra básica de sua religião. No entanto, quando analisamos o homem através da informação de todos os enviado de Deus e da observância da sua natureza, chegamos à conclusão que isso não pode ser.

No item anterior falamos algumas palavras sobre a ação individualista do homem no universo. Tudo que foi dito é verdade absoluta: as coisas ocorrem dessa forma. Agora, afirmamos que Deus comanda todos os atos. Juntando as duas observações, chegamos a conclusão que Deus comanda a ação do ser humano para que ele afete negativamente o universo. Isso é verdade absoluta?

Sim e não. Realmente se o homem consegue desmatar o seu planeta e se faz expedições interplanetárias, todas essas ações são comandadas por Deus, mas elas não visam promover a negatividade ou causar sofrimento ao todo universal. Deus (a Justiça Perfeita e o Amor Sublime) não pode ser um carrasco que viva apenas para julgar e apenar Seus filhos, mas como um Pai Amoroso que é precisa sempre orientá-los no sentido da evolução que traz a felicidade.

Portanto, Deus promove a ação humana que se reflete e passa a compor o eu de outros planetas, mas a Sua intenção não é penalizar ou provocar sofrimentos. Sua ação é comandada pelo Amor Sublime. Entremos em detalhes sobre o universo para que possamos entender a ação de Deus.

Os habitantes dos planetas afetados pelas transformações que passa o planeta Terra pela ação individualista do ser humano são seres universais que já viveram na Terra. Hoje eles já são seres na carne (vida em mundo de regeneração), mas durante o seu estágio de seres humanos viveram aqui nesse planeta. 

Naquela época, apesar de nenhum livro histórico assinalar, o mesmo processo individualista que culmina com a deterioração do planeta como a de hoje existiu. Os seres dos planetas atingidos pela ação do homem, dentro do estágio de evolução ser humano aqui na Terra, feriram o planeta. Para eles também houve um dia do juízo e, diferente do que irá acontecer agora, os que conseguiram provar a sua universalização foram retirados do planeta e levados para viver o mundo de regeneração nos planetas que se encontram hoje.
Depois disso, o planeta Terra voltou ao estágio mundo das cavernas onde os seres que não conseguiram abandonar o mundo de provas e expiações, junto com seres que pela primeira vez passavam por esse processo, iniciaram os seus ciclos encarnatórios. Esse processo de retorno de mundo evoluído tecnicamente para um mundo das cavernas foi descrito na Bíblia Sagrada como o dilúvio.

Dessa forma, os extras terrestres um dia contribuíram para a individualização no planeta e, por isso, tornaram-se merecedor de hoje receber a mesma ação que um dia provocaram. É Deus dando a cada um de acordo com a sua obra. Deus comandar o ser humano para fazer expedição interplanetária com intenções individualistas aos planetas onde habitem seres que já fizeram isso, é justiça.

No entanto, Deus não age dessa forma para punir os antigos recalcitrantes. Na verdade está promovendo uma chance daqueles seres se regenerarem. Hoje, os habitantes dos planetas visitados pelo ser humano, apesar da desordem provocada ao meio ambiente de seu planeta por essa visita, amam universalmente os seres humanos.

Portanto, a ação que antes poderia ser imaginada como uma agressão que gerava um caos se transformou em algo justo e amoroso que leva à ordem universal. A visão muda quando o ser universaliza os seus conceitos: ao invés da livre ação da inteligência inferior, a ação Justa e Amorosa da Inteligência Suprema.
Justiça Perfeita e Amor Sublime são, então, características da própria existência espiritual e, por isso, fazem parte das Seis Qualidades da Vida Espiritual e as analisaremos à sua hora. Por agora, tentemos compreender materialmente como a Causa Primária age.

Fonte: Pai Joaquim

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