sexta-feira, 27 de junho de 2014

SABEDORIA – VIDA E MORTE

“Por isso cheguei a conclusão: aqueles que morreram são mais felizes do que os que continuam vivos. Porém mais felizes do que todos são aqueles que ainda não nasceram e que ainda não viram as injustiças do mundo”. 
Toda ação universal é fatalista, ou seja, pré-determinada. Não há coisa alguma que aconteça que não tenha sido prevista anteriormente.
Isso não transforma o espírito em marionete, mas sim o ser humano. O ser universal e o humano não são a mesma identidade. O homem é um personagem criado pelo espírito antes da encarnação, ou seja, uma identidade diferente. Quando o universal se junta à matéria carnal interpreta o papel que escolheu na peça divina comédia humana vivendo a identidade ser humano. Essa produção teatral tem a direção de Deus, o Autor da ação universal.
Isso é a vida humana: uma série de acontecimentos pré-determinados que seguem a escolha realizada antes da encarnação pelo ser universal.
Ela não se inicia no momento que o ser humano nasce (encarnação, mas existe também fora do palco (vida material), pois ela começa antes do nascimento e se prolonga até que o ator (espírito) compreenda que não é o personagem que interpreta, mesmo que o evento morte já tenha ocorrido.
Para compreendermos melhor esse ensinamento, vamos aproveitar esse momento em que Salomão afirma que os mortos são felizes, mas os que não nasceram são ainda mais, para estudarmos a existência de um ser universal. Ao finalizarmos o estudo, tenho certeza que todo fatalismo até agora depreendido do ensinamento acabará, pois nada há de fatal nessa vida, mas tudo é fruto do livre desejo do ser universal.
Iniciemos pela compreensão do que é um ser humano.
Falamos acima que o ser humano é um personagem da divina comédia humana, idealizada pelo espírito para servir de instrumento para sua glória (universalização). Todo personagem teatral é composto por alguns fatores que formam a sua identidade. O ser humano é, portanto, uma identidade (soma dos fatores) que é escolhida pelo livre arbítrio do ser universal para facilitar a sua caminhada à glória.
O primeiro fator que compõe o ser humano é a história que o espírito irá viver no papel daquele ser humano. Alguns preferem fazer o papel de pobre, outros de ricos. Uns querem ser mocinhos, outros bandidos.
Apenas um detalhe: nenhum destes elementos é escolhido elos seus valores materiais, mas sim pelo que podem representar como instrumento para o trabalho que o espírito tem que realizar durante a encarnação. Assim sendo, a escolha entre ser pobre ou rico nada tem a ver com a comodidade durante a vida carnal, mas sim em qual situação o ser universal conseguirá mais facilmente realizar sua provação.
A partir das características principais o ser continua escrevendo o script do personagem que viverá. Determinará a cidade que nascerá, o bairro que irá viver, a família que o acolherá. Indicará a escola que estudará, a profissão que irá seguir, o(a) parceiro(a) com quem se unirá. Toda história que o personagem ser humano irá viver é escrita pelo espírito antes da sua encarnação.
No entanto, a história não é retilínea. Como nas telenovelas de hoje, o futuro do personagem na trama é determinado pela audiência que ele traz para o programa. Quanto mais o personagem chama a atenção do público mais audiência traz para a peça e, por isso, ganha mais destaque.
Para que o ator se destaque é preciso ter uma boa interpretação. Isso lhe garante o sucesso no seu trabalho o que o levará a vivenciar algumas situações. No entanto, se não interpreta perfeitamente o seu papel, isso o levará a viver outras situações.
O que qualifica a interpretação do ator é a capacidade de universalização do ser universal. Se ele vivencia as situações integrado à ação universal, ou seja, mantendo-se feliz em qualquer acontecimento, alcança a glória. Isso o mantém dentro do script original. Quando o espírito vive as situações com lamúrias, acusações de injustiças e maldades, sua interpretação é qualificada como medíocre e, por isso, é obrigado a viver situações diferentes.



O personagem interpretado de forma medíocre pelo ator terá o seu destino dentro da peça alterado. Ou seja, a história que o ser universal escreveu antes da encarnação para viver aquele personagem humano será alterada. Há, portanto, dentro da idéia de uma vida pré-programada a possibilidade que ela seja diferente da forma como originariamente foi concebida. Esta alteração, no entanto, não pode acontecer depois da encarnação, nem pode ser fruto da ação de outro que não o próprio espírito.
Afirmamos que como regra os fatores que compõem um ser humano são escolhidos pelo ser universal e que essa escolha é o seu livre-arbítrio. Sendo assim, se alguém alterar essa história (qualquer dos acontecimentos programados), mesmo que seja Deus, independente da vontade do ser universal uma injustiça terá acontecido. Por isso, qualquer alteração que ocorra numa programação de vida precisa ser feita pelo próprio ser universal.
Acontece que depois de encarnado, como ensinou o Espírito da Verdade, o ser universal não pode fazer isso, pois não está no gozo de sua verdadeira natureza (motivação universal): ele agora é o ser humano e vive com a motivação do personagem. Sendo assim, a história que o espírito escreve para o seu personagem antes da encarnação não pode ser retilínea, ou seja, não pode ser formada por apenas um caminho. Por isso, para cada momento de vida que escreve, o ser universal prevê a possibilidade de dois caminhos diferentes que sucederão aquele momento.
Mas, o que serve como parâmetro para se saber qual caminho será vivenciado? A escolha sentimental que o ser universal faz para reagir aos momentos de sua existência humana. Mantendo-se em paz e harmonia (felicidade) com o que está acontecendo ele trilhará um caminho como sucessão do momento presente; vivendo o agora com sofrimento, seu destino será outro.
É por isso que todos os eventos programados pelo ser universal no script da vida encarnada geram sempre duas novas situações, ou caminhos de elevação. Se no momento atual escolher sofrer ao vivenciar a ação universal, a próxima situação será de determinada forma, mas se escolher ser feliz, encontrará outra.
Dessa forma, afirmamos que o ser universal escreve como resultado de um momento duas situações diferentes que são caminhos distintos, ou seja, resultam em ações universais diferentes. Agora, se tudo foi pré-escolhido pelo ser antes da encarnação, temos que entender que todas as possibilidades foram escritas pelo próprio espírito antes da encarnação levando em conta a possibilidade de falhar na vivência do momento ou não. Por isso, não importa o que aconteça no momento seguinte ao que está sendo vivido agora, ele terá sido escrito por você mesmo como resultado da sua interpretação na cena anterior.
A história do ser humano é fatalista, apesar de cada momento gerar sempre a possibilidade dois acontecimentos posteriores diferentes, porque todas as possibilidades já foram previstas. Já a história do ser universal (existência eterna do espírito) não é. Ela surge de dois momentos onde o arbítrio do espírito foi livre: ao escrever a história do personagem ser humano e ao interpretar (ser feliz ou não na situação) esse papel.
O script de uma vida carnal é, portanto, um intricado conjunto de acontecimentos que prevê todas as possibilidades da existência. Não importa como o ser viva (participe da ação universal), sempre estará sendo concedido a ele um novo momento, uma nova chance de evolução. Esse momento terá sido desenhado pelo próprio ser e aplicado por Deus.
Esta programação, ou livro da vida como chamamos, é como uma árvore, onde de um só tronco partem muitos galhos e de cada um deles, outros surgem. No entanto, diferente da árvore humana, existem no script pontos convergentes, ou seja, situações que ocorrerão independente de qual galho sirva como caminho para o espírito. Não importa o caminho que o ser universal escolha terá que passar por esses pontos.
Os fatores preponderantes de uma vida são pontos convergentes por onde os seres passarão, qualquer que tenha sido a sua escolha anterior. Por exemplo, você se casará na época pré-determinada e com a pessoa que escolheu antes da encarnação. Isso porque o casamento é um ponto convergente. Não importa qual caminho o espírito tomou durante a vida a partir de suas escolhas sentimentais, no momento que estava pré-determinado que ele fosse viver o acontecimento casamento, isso ocorrerá. A partir daí as possibilidades de escolha abrem-se novamente, ou seja, o espírito poderá escolher como vivenciará a sua vida conjugal: sofrendo ou ser feliz.
A partir da união entre dois seres para constituírem um casal (casamento – ponto convergente) cada um deles vivencia a vida a dois. Os momentos dessa vivência são trazidos pela ação universal dentro do planejamento conjunto dos seres que compõem o casal, ou seja, os acontecimentos da vida de casal são fruto do livre-arbítrio dos seres universais envolvidos. Cada um vivenciará o papel de cônjuge dentro da história que os dois escreveram para seus personagens com a liberdade de sofrer ou ser feliz com os acontecimentos da história do casal.
Somente isso os cônjuges poderão escolher na história daquele casamento. Se durante este relacionamento haverá fidelidade, carinho, cumplicidade ou não, isso o espírito não pode escolher depois de casado. Se os acontecimentos da vida a dois alcançarão as suas expectativas ou não, também não dependerá de uma decisão do ser depois de encarnado, mas tudo correrá conforme o que os dois espíritos estabeleceram antes da encarnação. Isso vale para todos os acontecimentos do casamento, inclusive para o fim dele.
Ninguém se separa porque não gosta mais, porque o outro fez isso ou aquilo ou porque achou outro(a). O fim de um relacionamento direto também é um ponto convergente. Enquanto ele não chegar os dois estarão juntos, não importa se querem ou não, se vivem momentos de felicidade ou de sofrimento. Por isso muitos casais chegam até a agressão física, mas não conseguem se desgrudar, enquanto há outros que no dia anterior trocavam juras de amor e hoje simplesmente dizem: acabou.
Esse é um resumo do script: ele é formado por pontos convergentes que são alcançados podem ser alcançados por caminhos diferenciados. O caminho de um ponto convergente a outro depende da reação sentimental do ser à ação universal. Casar era um ponto convergente. Dele partiram diversos caminhos, mas todos levaram ao novo ponto convergente: separação. A partir desse momento novos caminhos se abrirão para serem escolhidos pelo ser universal até atingir outro ponto convergente, que pode ser uma nova união ou a vida sem uma união estável.
Eis aí, portanto, o que você chama de sua vida, os acontecimentos porque passa.

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