Toda vez que exemplificamos as
atitudes do ser humano, não fazemos criticas, mas constatamos o que realmente
acontece. O que usamos como exemplo acontece e se a ação é executada é
universal, é perfeita. O caso da mãe praticar a ação de tentar impor horário e
alimentação adequada ao filho acontece: é uma ação universal.
Questionar o certo ou errado de
algo que acontece é individualizar-se: buscar compreender a partir de suas
verdades o que está acontecendo. Por isso, nenhuma crítica a qualquer ser
humano por agir individualmente: apenas o alerta de que isso leva ao sofrimento
(ação universal).
Como já abordamos, é preciso que o
ser universal recém encarnado receba as verdades que depois terá que
universalizar. Portanto, a ação universal comanda a mãe e toda a sociedade para
ensinar as verdades societárias ao ser universal para lhe humanizar. Essa é a
realidade (verdade universal) e, por isso, por mais espiritualizada que seja
uma mãe, ela criará seu filho dessa forma. Disso não há fuga porque está
acontecendo. No entanto ela pode não sofrer quando brigar com seu filho.
Dentro dessa realidade, então, o
ser recém encarnado é bombardeado com as verdades que formarão a personalidade
do ser humano durante toda sua primeira infância. O ser universal tenta reagir
a essa alteração de personalidade mantendo a sua universalização, mas pelo
poder que possuem os adultos e de tanto as verdades serem repetidas, acabam se
transformando também em verdades do novo ser humano.
Por volta dos oito anos começa a
segunda infância. As verdades do planeta já foram transmitidas e absorvidas
pelo ser universal. Elas geraram uma obrigatoriedade de ação para gerar
felicidade que se chocam com a liberdade de ação que o ser universal conhece. A
ação universal dirige, então, o ser para aceitar as verdades, mas
individualizá-las através da livre interpretação. Não mais questioná-las, mas
dar a elas componentes individuais.
Durante a segunda etapa de sua vida
carnal, o ser universal tentará colocar elementos individuais nas verdades
societárias. Aprende, por exemplo, que existe uma hora para comer, mas não aceita
a hora dos outros. Não come mais apenas quando tem fome, mas quer determinar
ele mesmo qual o seu horário de comer.
Até os quatorze anos será essa a
ação do ser humano: particularizar as verdades societárias. Na essência ele
aceita a verdade transmitida pelos adultos, mas quer sempre dar o seu toque
particular na interpretação das coisas.
Antes de falar da adolescência,
quarta etapa da vida do ser encarnado, gostaria de fazer um comentário. Ao
falar das outras etapas citamos idades como parâmetros de início ou fim de cada
um delas. É preciso esclarecer que essas idades não são rígidas, mas
referencias. Existem crianças que aos quatro ou cinco anos já estão mudando de
atitude e seres que ao fim da adolescência ainda não completaram o trabalho da
terceira faixa.
Voltemos à adolescência. Depois de
particularizar as verdades societárias, o ser universal já se esqueceu de todas
as verdades universais que possuía antes da encarnação. Incorporou o
personagem, passou a ser ele. Não se entende mais como um ator, mas confunde-se
com o próprio personagem que vivencia. Por isso chegou o momento da ação
universal colocar as provas, ou seja, do ator subir ao palco.
Toda a individualização que o ser
criou em cima das verdades societárias a partir dos quatorze anos, terá que
transformar a própria verdade societária. O ser humano, orgulhoso da sua nova
identidade, lutará acirradamente contra o mundo para alterar os velhos valores
da verdade societária e impor a ela os valores que criou.
Esse é o choque de gerações. A ação
universal rege o combate entre os velhos e novos valores, propondo provas de
universalização para jovens e adultos. São as situações onde pais e filhos
brigam para estar certo, manter a sua particularização da verdade.
A partir de agora a existência do
ser humano será só isso até o momento da morte. A cada segundo a ação universal
colocará em confronto a sua individualização da verdade societária com a dos
outros seres humanos. Não no sentido de guerrearem-se, mas como uma prova para
que os dois compreenda que existe apenas uma verdade no universo: Deus e sua
ação.
De acontecimento em acontecimento
da vida do ser humano a ação universal estará expondo às verdades de cada um
para que o ser alcance a impotência de achar. Abandone a sua ilusão, o falso
poder de ser, para poder voltar a viver na realidade: ser universal integrado
ao universo com uma só Verdade.
Um dia tudo isso termina para o ser
universal encarnado. É o momento da morte ou do abandono da massa carnal.
A morte é uma ação universal, ou
seja, uma etapa do script montado pelo ser universal antes da encarnação. Não
se trata de um prêmio ou castigo. Não existe morte boa ou má: trata-se apenas
de um dos pontos que o ser universal alcança no seu script.
Ela não é um ponto convergente do
script, ou seja, uma situação que ocorrerá num determinado momento e de uma só
forma previstas. O ponto morte está no tronco da árvore da vida, mas também
existem outros pontos morte espalhados pelos galhos. Há mortes em todos os
caminhos que o ser tomar.
Esse conhecimento não deve levar à
interpretação de merecimento ou pena com a morte. Toda morte é um fato e
a sua forma e momento serão decorrência do caminho tomado. Todos os pontos
morte foram programados pelo próprio ser para auxiliá-lo na elevação espiritual
e não como castigo por ter percorrido esse o outro caminho.
Exemplifiquemos. O DNA de uma
pessoa aponta para uma pré-disposição para o câncer de pulmão. Para viver essa
possibilidade de morte a ação universal transforma o ser humano em fumante. O fato do ser
fumar não é uma sentença que irá morrer de câncer, mas apenas um instrumento
que ação universal considerou como necessário pelo caminho que o ser universal
está traçando.
Se for preciso, pelos caminhos que
percorreu, ter esse fim, o ser humano que já tinha a pré-disposição para o
câncer irá morrer dessa doença. A morte por essa doença era, durante a formação
do script, para o ser universal, o resultado melhor de um caminho. Para se
prevenir que esse “melhor” ocorresse criou à pré-disposição e a ação universal
criou a ação de fumar. Mas, tudo isso não quer dizer que o ser humano irá
morrer dessa forma.
Durante a encarnação o ser
universal fez escolhas que o levou a caminhos cujo fim melhor não é o câncer.
Apesar de ter a pré-disposição e de fumar, a morte será a idealizada para
aquele caminho. A pré-disposição continuará existindo, o agente causador
também, mas o câncer jamais existirá.
O tipo de morte não depende de
atos, coisas materiais, mas é uma ação universal resultado único do caminho de
vida do ser universal. Não depende de elementos materiais para ocorrer, mas
submete-se ao livre desejo do espírito antes da encarnação e da livre reação
aos acontecimentos quando nela.
Aliás, tudo que ocorre na vida do
ser humano resulta disso: interpretação do momento de agora. É ela que
determinará a próxima ação universal baseando-se no script feito pelo ser
universal. A existência do ser humano não pode ser compreendida por atos
físicos, mas sim por atos mentais. Viver não é agir, mas compreender as ações
de determinada forma.
Morte é desencarne: nada mais que
isso. Morrer é sair carne: todo resto é lenda, é ilusão, é entendimento
individual. Não há fim, não há transformação: apenas o ser universal que se
desliga do invólucro carnal. Esse se deteriora e novamente se funde ao universo
para servir novamente à ação universal em outros atos.
Já o ser humano não acaba com a
morte. Como já compreendemos essa identidade não existe: é um personagem que o
ser universal vivencia. O ser humano não é uma coisa material que se acaba, mas
de uma visão que o ser universal tem de si mesmo, ou seja, uma individualização
do ser universal. Para que o ser universal volte a se enxergar como antes é
preciso que mude essas verdades.
As verdades do ser não são
alteradas por mágica ou por fatores externos (ação universal). É preciso que o
próprio ser compreenda essa realidade para que o ser humano que ele vive se
acabe. È isso que Jesus Cristo chamou de ressurreição: o renascimento do ser
universal, a segunda morte.
O script montado pelo ser universal
compreende não só a existência encarnada, mas também a vida pós-carne. O ser
continuará a existir, como na vida carnal, guiado pela ação universal para
combater as verdades individuais, com o objetivo de integrar-se ao universo,
quando ocorrerá o dia da sua ressurreição com Cristo, ser universalizado.
Sem que tenha alcançado pelo menos
o mesmo grau de consciência universal com o qual começou a sua jornada carnal,
o ser universal permanecerá vivenciando o personagem que criou. Quem já não
ouviu falar dos fantasmas, seres espirituais que possuem as mesmas verdades de
quando encarnados? São seres universais ainda vivenciando as verdades
adquiridas na vida material, mas agora sem corpo carnal.
Abrir mão das verdades que você
possui agora não é uma questão de opção (querer ou não fazer), mas um trabalho
que terá que executar um dia obrigatoriamente. Depois que o ser universal entra
no processo encarnatório só a desistência do individualismo pode levá-lo de
volta ao lar espiritual. Para isso ele tem a vida inteira e, depois dela, toda
a eternidade para vagar como um fantasma ou espírito.
Para isso continuará a viver o
script pré-elaborado antes da encarnação. Estará vivendo em sociedades,
participando de atos, tudo comandado pela ação universal. É o que os católicos chamam
de inferno e os espíritas de umbral. A materialidade da vida não muda com a
morte nem a finalidade da existência: só acaba com a universalização das
verdades de um ser.
Nessa etapa (vida depois da morte),
porém, a ação universal será mais pontual. A contestação às verdades
individuais é maior, mais forte. Isso porque o universo tem pressa. O ser
universal precisa se preparar para uma nova encarnação, para uma nova provação.
Por isso Salomão afirma que é
melhor estar morto do que vivo: a luz no fim do túnel está mais próxima.
Em um determinado momento previsto
no script, o ser se cansa de querer mudar o mundo à sua feição. A ação
universal trás o desespero, a sensação de impotência e, como resultado, a ação
de entrega ao Pai. A submissão das verdades individuais frente à Verdade
Universal. Nesse momento surge a ressurreição.
O ser humano morre definitivamente
(segunda morte) e o ser universal, pelas graças de Deus se despolui das
verdades individuais e entra na realidade do universo. Não estou afirmando que
conseguiu a universalização completa, mas já é mais universalizado do que o
personagem que vivia até então.
Essa universalização também é maior
do que quando começou a encarnação, já que algumas provas foram realizadas com
sucesso. Entretanto, ainda possui individualismos e, por isso, terá que
retornar ao processo reencarnatório.
Assim, a vida do ser universal
continua dentro do ciclo existencial: preparação de encarnação, recebimento das
verdades individuais do planeta, individualização dessas verdades, luta para
sobrepô-las às dos outros, morte, vida depois da carne até a conscientização de
que é um ser universal. Tudo isso para ter que reencarnar novamente para
cumprir o que deixou de fazer.
Mas, e se você decidir agora lutar
contra o seu individualismo? Se começar neste momento a acabar com o eu acho e
vivenciar a ação universal como realidade? Se decidir não mais sofrer e viver a
sua existência com felicidade incondicional? Você cumpre suas provas. Aprenderá
a viver como um ser universal na carne, integrando-se ao universo. Depois que
sair dela, não precisará mais viver como um fantasma. Também não terá todo esse
trabalho novamente, pois você não mais precisará reencarnar.
Entrará no gozo de todo o seu
esplendor espiritual. Será o universo, será Deus, será a ação universal.
Precisará criar um novo personagem? Não, você já sabe quem é realmente.
É por isso que Salomão diz que
melhor que todos estão os que não nasceram. Mesmo aqueles que irão nascer
novamente estão melhores do que o ser humano, porque possuem a consciência
universalista.
Vida e morte são a mesma coisa:
viver a ação universal com verdades individuais buscando alterá-las para
penetrar nas verdades universais. Portanto, você está morto e acha que está
vivo.
Não se preocupe com a sua vida nem
com a sua morte. Não tenha medo de ser taxado de tolo. Não se preocupe com o
que os outros e você achem ou façam. Busque a sua ressurreição do mundo dos
mortos enquanto está vivo. Como fazer isso? Jesus Cristo nos ensinou: eu sou o
caminho, a verdade e a luz.
Viva como o Mestre viveu, atribua
os mesmos valores que ele atribuía a todos os acontecimentos. Saiba que você
também terá que ser crucificado (ter suas verdades questionadas), mas mantenha
a sua felicidade porque isso está acontecendo. Assim você também alcançará a
ressurreição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.