Participante: então, um assassino tem o direito de tirar a vida do outro?
Não. Quem comete um assassinato não tem o direito de tirar a vida do
outro: tem o dever. Agir frente ao outro para gerar uma provação não é
direito, mas missão, dever de um espírito. Isso porque toda história do
assassinato foi criada por Deus a partir daquilo que os espíritos
pediram para si antes da encarnação.
Participante: mas, este ser merecer ser apenado…
Sim, quem mata merecer ter uma pena, mas nem todos têm, não é
verdade? Tem gente que comete um homicídio e vai para cadeia, mas há
outros que matam pessoas, mas conseguem escapar da prisão. O que isso
quer dizer? Que se estiver na programação da vida ir para a cadeia ele
irá; se não estiver, não irá…
Agora, independente do que o ser humano faça, seja matar ou apenas
arrotar à mesa, você tem que amar ao próximo como a si mesmo. Sendo
assim, o problema não estar no matar, no ir ou não para cadeia, mas na
sua falta de amor a quem não vive um ser ou ter.
Quando estou falando amor não estou me referindo ao que vocês humanos
entendem como amor, mas sim a respeito. Você precisa respeitar a forma
de viver do outro. Se ela foi matar, ser drogado ou alcoólatra ou apenas
arrotar, você precisa respeitar o que o outro fez.
Participante: se um espírito recebe a missão de matar, como pode segundo a literatura, ir para o umbral?
A resposta é longa, mas vamos lá…
Primeiro: onde é o umbral? No Universo? Mas, em O Livro dos Espíritos
é dito que o universo não se subdivide em partes circunspectas.
Portanto não existem nem o umbral nem as cidades espirituais. Não há
espaços no universo: não há uma cidade nem um vale onde vivem os
condenados…
O que é dito em O Livro dos Espíritos é que os espíritos se reúnem
por afinidade. A partir disso pergunto: quem vai para o umbral que você
acredita existir? Aquele que vivenciar o trabalho de matar com culpa ou
prazer e não todos que matam. Este é o primeiro detalhe.
Sendo assim, se um espírito vem para praticar isso como missão, como
um serviço a Deus, você acha que o Pai dará culpa ou prazer a este ser?
Se ele não tem estes sentimentos, não possui afinidades com quem tem e
por isso não vive a mesma realidade ilusória.
Mas, vamos continuar nossa análise para ficar clara algumas coisas.
Tem muita gente que vive a culpa de não salvar um passarinho que caiu
numa arapuca, tem muitas pessoas que vivem a culpa de não ajudar a uma
pessoa carente. Esses vão para o umbral que você citou, já que comungam
de um mesmo sentimento: a culpa… Vão para lá não pelo que fizeram, mas
porque comungam de um sentimento comum…
Saiba de uma coisa. Deus é a justiça e não justiceiro. Ele não se
apega a um código de leis que prescreve isso ou aquilo para quem fizer
determinada coisa. Ele dá a cada um segundo as suas obras e o que cada
um obra diz respeito a vivência do que a mente cria…
Sabe, muitos assassinos podem não ir para o umbral, mas tenha a
certeza que quem gosta de fazer fofoca com certeza depois do desencarne
se reunirá com outros que são fofoqueiros num lugar que você
classificaria como umbral. Quem gosta de tomar cerveja se reunirá com
seres que possuem o mesmo gostar depois do desencarne e este lugar
aparentará com a descrição que você dá ao umbral.
Chico Xavier conta uma história onde uma pessoa queria se matar e
para isso se joga na frente de um trem. Depois do desencarne ele ficou
cinquenta anos – claro que isso é pela visão humana, pois os espíritos
não têm tempo – caindo no trilho, o trem passando por cima, se
levantando, caindo novamente e o trem passando por cima.
Será que este ser viveu isso por castigo? Não, viveu porque gostou de
ter vivido isso. Ele, enquanto encarnado, acreditou quando a mente lhe
disse que ele queria fazer aquilo e que seria bom realizar esta ação.
Por causa deste apego à mente continuou vivendo aquele momento depois do
desencarne.
O que ele viveu depois do desencarne é castigo por que se suicidou?
Não. Se cada um morre na hora que tem morrer e Deus sabe qual é esta
hora e a forma como o ser irá desencarnar, não há problema algum no
suicidar-se.
Aliás, isso é uma afirmação que o Espírito da Verdade faz em O Livro
dos Espíritos, apesar dos seguidores do espiritismo não aceitarem tal
ideia. Kardec, por ser humano, quando ouve esse ensinamento insiste: o
suicida não é culpado? O mentor do espiritismo afirma, então, que apenas
o suicida consciente é culpado pelo que faz.
Suicida consciente é aquele que quer acabar com a vida. Você sabia
que a maioria das pessoas que participam e um suicídio não age para
acabar com a vida, mas para fugir de problemas ou se livrar de
responsabilidades? Eles não querem morrer, mas apenas alterar suas
vidas…
Participante: então, o vale dos suicidas não existe?
Ele existe, mas não é um lugar do universo. Trata-se apenas de uma
reunião de espíritos que estão carregando a culpa de ter se suicidado e
que plasmam todo aquele cenário para viver. Se você carregar culpa por
alguma coisa, se unirá fatalmente àqueles que se sentem culpados…
Estando preso à obrigações ou necessidades certamente terá culpa por
alguma coisa…
Ah, antes que me esqueça: cidade espiritual também não existe…
Participante: nem o Nosso Lar?
Nem o nosso nem o de ninguém… Como pensavam os antigos católicos, não
existe também nuvem para que ao virarem anjo eles fiquem tocando
harpinha…
Link: http://meeu.com.br/ceu/assassinato-e-missao/
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