segunda-feira, 4 de abril de 2016

Religiosidade

Esse é todo o raciocínio que precisa ser desenvolvido o fato da religiosidade de alguém lhe causar algum constrangimento ou contrariedade. Por que? Porque se tem uma verdade fundamentada no amar indiscriminadamente, incondicionalmente, como aceita qualquer constrangimento ou contrariedade oriundo da expressão da religiosidade de cada um? Repare que interessante: diz que deve amar a todos, acredita nisso, acha importante fazer isso, mas não ama os evangélicos. 

É por isso que digo que é importante o motivo pelo qual existe contrariedade com qualquer ato. Se você diz que quer amar a todos, mas se sente ainda chateado com a ação dos evangélicos, não está amando. O motivo pelo qual não ama é que lhe causa a contrariedade e ele precisa ser conhecido para poder se atacar o verdadeiro inimigo. Mas, na ausência dele, vamos continuar nosso assunto.

Para a nossa conversa de agora, então, fica a questão: perde a paz aquele que aceita o seu individualismo e por isso imagina que a sua religião, que o seu corpo doutrinário e seus ritos, são melhores ou mais importantes do que os dos outros. Aquele que considera a sua religiosidade mais certa do que a dos outros. 

Lembro que quando falamos sobre ecumenismo no início de nossa missão dissemos que a visão humana sobre esse tema, é a fusão de todas as religiões numa só. Mas, isso é impossível. Exatamente pela questão dos corpos doutrinários e pelos ritos conterem informações e formas diferentes, é impossível se fundir todas as religiões numa só.

Ainda disse mais: ecumenismo não é a fusão das religiões, mas a fusão dos ensinamentos de todos os mestres. Ecumênico é aquele que se diz cristão, crê nos ensinamentos de Cristo e na Bíblia, mas que também sabe que não pode ter posse, paixão e desejo, ensinamento de Buda, que não pode ter intencionalidade, ensinamento de Krishna, que vive encarnações, ensinamento do Espírito da Verdade e que sabe que Deus é Causa Primária de todas as coisas, ensinamento do Anjo Gabriel a Maomé. 

Esse é o ecumênico. Para ser, não é preciso que ele frequente os diversos templos das religiões. Precisa sim é fundir no seu conjunto doutrinário os ensinamentos de todos os mestres. 

Se ele é um caminho que acaba com a contrariedade, porque abrange tudo o que existe, é também o caminho da paz. Fundindo em si os ensinamentos dos mestres e praticando-os, se respeita a religiosidade de cada um. Pondo em prática o seu conjunto doutrinário e, por isso, respeitando a religiosidade de cada um, mesmo que leve o religioso a bater na sua porta ou querer lhe mostrar que ele está certo em algum detalhe do corpo doutrinário, estará em paz. 

Quando se respeita a religiosidade de cada um, não se respeita apenas o corpo doutrinário, mas também o rito dela. Falando especificamente dos evangélicos, dentro do rito de algumas seitas desta religiosidade há o caminho de fazer a propaganda da sua fé. Sendo um ecumênico praticante, ou seja, respeitando ao próximo, deve recebe-los, ouvir o que têm para dizer, agradece a visita. Tudo isso sem contrariedades. 

A informação que eles trouxeram? Você faz o que quiser com ela depois que forem embora. 

Este é o caminho para se viver em paz. Esperar que o evangélico aja de uma forma contrária à sua religiosidade só porque você não gosta que eles batam na sua porta, desculpa, mas está querendo ser ditador do mundo. Querendo que o mundo siga a sua religiosidade. 

Acho que deu para dar uma espiada sobre o tema e ter alguma análise sobre o assunto. Como disse, ela ficou prejudicada porque não temos o real motivo. Por isso fizemos um painel sobre a sua convivência com a religiosidade dos outros.

Pai Joaquim

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