Participante: se Moisés escreveu os dez mandamentos
inspirado por Deus, porque dizia não matar, não roubar, etc. e em nossos estudos
vemos que estes acontecimentos são necessários? Ou fui eu que não entendi?
É bem
típico de você, moça: colocar a culpa em si mesma...
Não foi você que não
entendeu. Eu realmente sempre disse que devem haver assassinatos, apesar desta
afirmação ser contrária à Lei de Moisés. Mas, vamos entender isso com
calma...
Antes, deixe-me falar uma coisa. Moisés, ao descer do monte Sinai
trouxe os dez mandamentos e neles estava contida a declaração que não se deve
matar. Isso faz parte do Velho Testamento. Acontece que no Velho Testamento se
diz também que o Salvador, o Messias viria depois e iria guiar o povo para a
liberdade. Este Salvador, Messias, é o Jesus incorporado com Cristo.
Durante
a missão Jesus Cristo, com respeito aos mandamentos de Moisés foi ensinado o
seguinte: eu não vim para quebrar a lei, pois dela não se tira uma vírgula ou um
ponto, mas sim para dar um novo sentido a lei. Sabendo disso, você deve imaginar
que continua sendo proibido matar, mas que há uma nova interpretação para esta
lei...
Está surpresa por eu falar assim? Está se perguntando porque já falei
tantas vezes que não se deve julgar o assassino e agora venho dizer que o
assassinato é proibido? A resposta a esta sua dúvida seria: uma coisa é uma
coisa, outra coisa, é outra coisa...
Continuo afirmando que é proibido matar,
como Cristo também disse, mas afirmo que esta lei precisa ser cumprida de outra
forma, como o mestre também ensinou. Vamos tentar entender isso...
A lei de
Moisés é coercitiva. Ela diz: não faça isso e exige de forma coercitiva que
aquilo não seja feito. Cristo não é coercitivo. Isso fica bem claro quando ele
afirma: venha para mim porque meu jugo é leve. Por isso ao invés de usar a
coerção para se cumprir os mandamentos, o mestre usou o amor.
Amar: este é o
novo sentido que Cristo trouxe para se aplicar à lei de Moisés. Não deixe de
fazer alguma coisa por obrigação, mas ame para não fazer. Este é o sentido que
Cristo deu aos ensinamentos dos profetas...
Quando você entende isso, verá
que está escrito que não deve matar, mas compreenderá que deve não fazer isso
por obrigação, não para cumprir o texto da lei, mas por amor ao próximo. Este é
o sentido que complementou a lei de Moisés.
Então, a lei de Moisés continua
existindo, mas com a ressalva: para cumprir os mandamentos ame a Deus acima de
todas as coisas e ao próximo como a si mesmo ao invés de cumprir o que é
preconizado pela lei por conta do medo da punição ou pela obrigação de não
fazer. Quando você ama da forma ensinada por Cristo, faça o que fizer, não
infringe a lei, não se tornar um matador. É isso que quer dizer o ensinamento de
Cristo.
Quando oriento vocês a não julgar aquele que mata, estou atendendo
exatamente a este requisito trazido por Cristo: ame a Deus acima de todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo. Faço isso para que você não fira o
mandamento, para que não se torne um pecador...
É, quem mata alguém pela lei
de Moisés pode ser considerado um pecador, mas quem critica, acusa, julga e
calunia o matador ou qualquer outro ser por qualquer outra coisa, pela lei de
Cristo está cometendo também um pecado. Como não existem diferenças entre
pecado, um é igual ao outro. Não existe, aos olhos de Deus, diferença entre
matar e criticar...
Portanto, nunca disse que você deve matar alguém. Nunca
disse que deve ser livre o ato de matar alguém. Quando falo sobre assassinatos,
estupros ou fazer ‘mal’ a alguém e oriento a não criticar quem faz estes atos, o
faço no sentido de orientar você a não julgar quem fez e com isso lhe ajudo a
cumprir o que foi determinado por Cristo.
Todos os argumentos que uso quando
falo de acontecimentos que são considerados como maldade pelos seres humanizado
não tem a finalidade de justificar o acontecido. O que faço é trazer elementos
para que você se liberte da obrigação de julgá-los, para que se liberte do
julgamento que a mente cria quando este acontecimento ocorre.
Eu já disse
centenas de vezes que o importante para a aproximação de Deus não é aquilo que
se faz, mas o que se vive internamente enquanto o acontecimento ocorre
externamente. Quem mata com amor no coração não merece castigo. Merece sim
aquele que que mata com acusações, julgamentos, críticas e calúnias no coração.
Esse matar a que me referi agora não precisa ser tirar a vida, mas apenas
levar o outro ao sofrimento. Quem promove as condições para que o outro sofra,
comete um pecado maior do que aquele que tira a vida com amor no coração, pois
não cumpriu os ensinamentos de Cristo: não amou a Deus acima de todas as coisas
e ao próximo como a si mesmo...
O que estamos falando aqui é de mais um
ensinamento de Cristo: o importante não é o que sai pela boca, mas sim do
coração. As orientações que deixo quando falo de acontecimentos deste tipo têm a
finalidade proteger o seu coração. Por isso digo que mesmo que determinada
pessoa, espírito encarnado, tenha matado com ódio no seu coração, você não deve
ter ódio no seu coração por ele. Tendo, estará infringindo a mesma lei que
ele.
É isso que eu sempre quis dizer e que precisamos entender. Como já
afirmei, a Bíblia é uma coisa só. Não dá para ler as dez leis de Moisés
separadamente do resto, pois, mais à frente Cristo dirá que há uma outra
interpretação para esta lei e depois ainda Paulo dirá que Deus não atende
aqueles que cumprem a lei, mas àqueles que tem fé.
Acho que foram estes
detalhes que levaram você a não compreender perfeitamente o que eu digo. No
entanto, quando isso aconteceu, não foi porque você errou, como costumeiramente
a sua mente cria esta ideia sobre si mesma. Não se julgue...
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