segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A PROVAÇÃO DO ESPÍRITO

Acredito que a aventura do espírito está ficando mais clara cada vez que nos aprofundamos mais na definição dos termos que a envolve. Para nos aprofundarmos ainda mais vamos voltar a falar da provação.

Como disse, a encarnação é caracterizada pela alteração de consciência com o objetivo de criar provações. Sendo assim, pergunto: o que é a provação que o ser passa durante a vivência dos acontecimentos criados dentro da nova realidade? Vamos entender isso.

A Realidade universal é universalista. O que quer dizer isso? O universo é como um quebra cabeças gigantesco formado por milhares de peças que se fundem perfeitamente formando uma individualidade: o desenho do quebra cabeça como um todo.

Isso quer dizer que cada peça tem um desenho próprio, o seu conteúdo próprio, mas apenas o desenho totalmente formado é Real. O desenho de cada peça separadamente de nada tem importância. Por isso dizemos que acreditar que ele é importante é ilusão.

Se só o desenho final é Real, cada peça precisa se unir perfeitamente a outras com a intenção de gerar o desenho maior. Esta é a existência do espírito dentro Realidade do universo: uma convivência em perfeita consonância com seus irmãos.

Isso é o que todos os espíritos precisam alcançar durante o seu processo de evolução: a convivência harmônica com os demais seres. A esta forma de conviver com os irmãos chamamos de universalismo.

A forma contrária de viver chamamos de individualismo. Ela acontece quando a peça que forma o quebra cabeça acha que é importante por si mesma do que o todo. Ela não se vê como um componente do quebra cabeça, mas imagina que já é tudo o que pode existir.
Individualista é aquele ser do Universo que imagina que aquilo que ele quer, gosta ou acha certo é mais importante do que a plena fusão com o que os outros acham.

A partir destes dois conhecimentos podemos, então, afirmar que o processo de evolução espiritual é caracterizado pelo abandono do individualismo para alcançar o universalismo. E a provação está vinculada exatamente a isso, consiste exatamente nisso.

O espírito durante a sua aventura encarnatória, ou seja, a fusão a um ego, a uma nova consciência, a uma nova realidade, será testado para provar o universalismo que aprendeu de pose da sua consciência espiritual. Precisará provar a si mesmo que está de mão dada com todos para o bem universal. Para isso ele precisa abandonar os seus pontos de vista individuais.

Para realizar este trabalho ele precisará abandonar os sentimentos fundamentados no individualismo e alcançar o amor universal, incondicional. Por isso Cristo ensina: o caminho para se chegar a Deus é amar ao Pai sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Esta é a síntese do universalismo que o ser precisa vivenciar que cria a fusão prefeita entre ele e a sua comunidade espiritual.

Mas, como ocorre esta provação? Nos acontecimentos vivenciados pelo eu transitório ao qual o espírito está ligado. Sempre que um ato acontecer na existência desta identidade, a consciência criará valores fundamentados no individualismo (baseados nas crenças individuais) existente no ego proporcionando, assim, ao espírito uma oportunidade para provar a si mesmo que atingiu um grau de universalismo que não lhe deixa crer naquilo.
Portanto, o eu é o personagem com o qual o espírito cria a aventura e os acontecimentos de sua existência são o próprio aventurar-se: o caminhar para atingir o objetivo.

Pai Joaquim

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