quarta-feira, 15 de junho de 2016

Como ter um amor incondicional?

Agora, alguns trechos sobre o amor incondicional retirado do estudo Guerreiro da paz.

Participante: como abrir nosso coração para o amor incondicional a todos os seres e não apenas aos familiares e amigos? Este é, para mim, o maior dos desafios do ser humano.

O tema agora proposto não tem nada a ver com paz, mas é muito importante para quem a busca. 


Como ter um amor incondicional? Não tendo o amor condicionado. A resposta é simples. Como posso amar a todos? Não amando ninguém especificamente. Não amando a nada de uma forma específica.


Ninguém consegue um amor universal enquanto ainda tem um condicionado. Um amor a alguém, porque, como e quando. 


Sendo assim, o trabalho que precisa ser feito não se consiste em alcançar a incondicionalidade, mas não viver o amor condicional, retirar as condicionalidades ao amar. Aí que surge o problema. O ser humano apegado à realização quer gerar um amor incondicional, querem gerar um amor que seja universal, mas isso é impossível, pois enquanto houver condicionalidade no seu amor, ele será sempre condicional.


Amor é amor. O problema não é gerar um sentimento, mas como usá-lo. Eu diria que vocês já amam, mas não sabem amar. Isso porque o fazem de um modo condicionado. Se retirarem isso do amor, ele existirá de uma forma incondicionada.

Ame amar

Como na prática amar incondicionalmente? Vou lhes explicar, mas isso não faz parte do mundo de vocês, não é para vocês. Amando o amar. 

Só ama incondicionalmente quem ama amar. Quem ama o amor e não alguma coisa.
Veja a vida de Cristo. Ele não amou ninguém especificamente, nem a mãe nem os irmãos – quem são minha mãe e meus irmãos – ele amou o amar. Quem ama amar, ama a todos.


Este seria o trabalho que poderia dizer para fazer para amarem universalmente. Trata-se de aprender a amar o próprio amor. Isso porque na hora que ama o próprio amor, não importa para quem, como, porque ou quando ele exista. 


Só que vocês, por estarem humanizados, não possuem esta capacidade. Isso porque estão presos à natureza humana e ela não quer amar. O que quer é usar o amor para ganhar alguma coisa.
O que vocês chamam de amor, o condicional, o humano, é aquilo que é usado pela individualidade, pela posse, pela paixão e pelo desejo além das quatro âncoras com a finalidade de ganhar, de ter alguma retribuição por amar. Tanto é assim que quando alguém faz algo contra vocês, deixam de amá-lo. 


Portanto, o amor condicional é um instrumento do egoísmo e por isso precisa ser renegado. Quem não o renega está sendo egoísta. Só que como disse, a natureza humana nunca fará isso, por isso precisa trabalhar em si mesmo a questão de não amar ninguém especificamente. 


‘Isso é difícil’, vocês me diriam e eu respondo: é. É duro para quem ainda quer ganhar, para quem tem paixão, desejo e apego. 


Não estou dizendo que é fácil. Quando fizerem algo contra vocês ainda continuarão a sentir dor e acabarão com o amor. Isso continuará desse jeito porque quem ama o amar é tratado como bobo, como Cristo foi. É um idiota que não leva vantagem alguma e deixa placidamente os outros pisarem. É por causa disso que não conseguirão. 


Eis, então a grande verdade: amar universalmente é amar o amor, e não a esse, aquele e a outro.
Só que vocês não sabem o que é o amor nem como amar, como ficou provado com o que acabei de falar, o seu trabalho para ter paz neste momento é começar a destruir a condicionalidade do amor gerado pela mente. Se não fizer isso, perderá a paz. 


Que alguém me mostre um amor condicionado que trouxe paz inteira. Nem o de mãe para filho nem vice versa. Quantas vezes mães e filhos brigam e sofrem cada um para o seu lado. Porque isso? Porque vivem um amor condicionado, aquele que ainda espera que a mãe ou o filho faça determinadas coisas para que ele exista.

Quando não amamos

Participante: quando não amamos a nada especificamente, não acabamos entrando num nada, num vazio ao invés de amarmos incondicionalmente?

Pelas perguntas que você tem me feito, posso dizer que está muito preocupada com o que acontecerá depois que realizar algum trabalho. Eu não posso lhe dizer o que acontecerá, pois a impressão sobre alguma coisa é sempre uma sensação individual. Por isso, vá, tente.

Deixe-me dizer algo. Se você está em busca de algo diferente na sua vida, e por isso veio parar aqui, é sinal de que as coisas não estão boas. Se você estivesse bem consigo mesmo, não estaria procurando nada novo. Por isso, lhe digo: tente. Pior do que está não vai ficar, mas pode ser que melhore. Espere ver o que vai acontecer.

Mas, tem mais uma coisa que quero lhe falar. Preste atenção e a cada assunto que conversamos a sua mente está lhe colocando argumentos para que nem tente. Esses argumentos estão dentro de um tema que ainda conversaremos aqui: previsão de futuro. 

Repare que na sua pergunta há uma previsão de futuro. Quando diz que ficará no vazio com o fim do amor condicional, está fazendo uma previsão do que acontecerá caso coloque em prática. Mas, nem você nem ninguém sabe o que acontecerá amanhã. Por isso não deixe a mente plantar sementes ligadas a coisas futuras.

Viva o hoje, o agora. Viva o não condicionar o amor hoje e espere para ver em que dará isso.

O que é amar?

Participante: parece que amar universalmente é só deixar de fazer as coisas humanas, deixar de amar humanamente, mas esse amar também tem a ver com um sentir algo, mesmo que não conheçamos esse algo?

Amar não é sentimento. Vocês tratam o amor como algo a mais, mas não se trata de nada diferente de qualquer outra coisa deste mundo. Amar não é aquele calor que dá no peito, não é estar se sentindo bem, estar em paz. Amar não é nada disso, mas apenas amar.

A partir desta afirmação, você me perguntaria: o que é amar? Eu diria que só tem condições de saber o que afirmei, mais nada. Isso porque amar está além do mundo humano. 

Aqui, enquanto guiados por uma razão humana e viverem consciências criadas por ela, não terão consciência que amaram. Se tiverem, podem ter a certeza que esse amor é condicionado, já que tudo que é gerado pela mente é condicional.

‘Ah, Joaquim, do jeito que você fala fica difícil’. Sim, fica impossível, mas não pelo que eu falo, mas sim por conta de vocês. O problema é que ainda insistem em amar, em ter um sentimento, mas não foi isso que falei que deveriam fazer. O que disse é que deveriam se libertar das condições do amor gerado pela razão. Isso vocês entendem. Sabem o que é condicionalidade, imaginam que sabem quem é a mente e podem ver a condicionalidade presente. Portanto, se pararem por aqui, não ficará difícil. 

Por isso, pare de querer saber o que é amar e como fazê-lo. Trabalhe suas condicionalidades.
Lembra-se quando me disse que as coisas humanas são um saco? Isso, além de apego a algumas coisas, é o fruto de um amor material, pois para achar alguma coisa um saco, é sinal de que ama condicionalmente outras. Quando me diz que a prática do ensinamento lhe levará a um vazio, acabou de colocar uma condicionalidade no seu amar. 

Por isso, lhe digo, e sei que pode compreender: destrua essas coisas. Para isso diga para si mesmo: ‘aquilo é chato, mas é o que eu tenho. Não tenho o que queria, então vivo o que aparece’. ‘Estou ouvindo um caminho e ele toca meu coração. Por isso vou tentar praticá-lo, mesmo não sabendo onde vai dar. Aliás, no que vai dar não me importa, porque o importante é o caminhar e não o chegar’. 

Isso são coisas que você compreender quando digo e possui condições de fazer. Só que ao invés de realizar o que precisa, fica se aprendendo a detalhes que é incapaz de compreender e que mesmo que compreendesse, não levaria a lugar algum. Falo isso da sua mente e não de você.

Aí está o problema. A mente trabalha de tal forma que os mantenha presos ao individualismo, à posse, a paixão, aos desejos. Por isso gera necessidades. Uma delas é a de entender o que é ouvido, a esmiuçar as coisas que são incompreensíveis para ela. 

Saibam que esse é o trabalho da mente e que não conseguirão se libertar dele a tal ponto de não ter o fruto dele. Por isso, precisam trabalhar a liberdade do que é criado e não mudar a produção dela.

Amar incondicionalmente

Participante: dessa forma, amar incondicionalmente pode significar dentro da visão humana o desapego completo, o amar o amar? 

Não necessariamente o desapego completo, porque você ainda se apegará a ter que amar.
Quem ama o amor, ama a ele, mesmo que não esteja amando. Quando é preciso amar para poder amar, está vivendo uma condicionalidade.

O problema é que vocês não me ouvem apenas, mas querem entender, quererem um criar um sistema para colocar em prática o que falo. Querem saber o que é, como é, o que pode ser. Por isso se perdem, porque a mente humana não tem capacidade para entender essas coisas.

Ela faz este jogo como, por exemplo, a afirmação de que amar incondicionalmente então é o desapego completo, para que você se apegue a uma forma de amar. Aquele que não está desperto, que não está consciente da existência sua e da mente e do funcionamento desta, acaba caindo. 

Neste momento começa a ter um apego: o de ter que amar.

Amor universal

Participante: se outros conseguiram amar universalmente, eu posso conseguir.

Com relação a isso, tenho certeza absoluta que você e todos podem. Não amar totalmente, mas conseguir vencer diversos condicionamentos. 

Sabe porque tenho essa certeza? Porque estão encarnados. Se não tivesse condição de obter essa vitória, Deus não deixaria vocês encarnarem, viver isso. A encarnação passa pelo crivo de Deus e aquilo que Ele sabe que o espírito não tem a menor condição de fazer, retira. 

Portanto, se estão encarnados, se estão tendo a oportunidade de ouvir aqui ou em qualquer lugar sobre esse trabalho, é sinal que possuem condições de fazer. 

Agora, o que vai determinar se fará ou não? O apego que a mente criar e você aceitar.

terça-feira, 7 de junho de 2016

O que uma pessoa precisa fazer para ser curada de uma doença?

Merecer.

Se tudo o que acontece nessa vida é carma, se você não tiver o carma da doença ou o de se curar da doença, jamais vai se curar. Esse é o primeiro ponto. Só que Cristo nos deu um ensinamento muito grande a esse respeito, mas que foi pouco compreendido até agora. Vou aproveitar a oportunidade desta pergunta e falar dele.

Ele disse assim: ‘alguém tocou na minha capa e se curou. Uma mulher lhe disse: Senhor fui eu, eu toquei na sua capa e o Senhor me curou. Ele respondeu: não fui que lhe curei; quem curou foi a sua fé’. 

Por conta deste ensinamento do mestre se imagina que basta ter fé para curada. Só que esta fé é deturpada pela mente humana. É por isso que muitos têm fé que vão ser curados e acabam não sendo. Por isso precisamos analisar o ensinamento de Cristo.

Para analisa-lo, precisamos nos atentar no que Cristo disse. Ele falou: a sua fé lhe curou. Ele não disse que a fé em ser curada, curou, mas que foi a fé em Deus que curou. Este é o verdadeiro ensinamento: a fé em Deus pode lhe ajudar a se curar...

Só que na questão da fé há um detalhe que vocês não levam em conta. Fé é entregar-se com confiança e sem condicionalidade ao objeto da fé. É entregar-se totalmente com uma confiança cega àquele pelo qual se nutre a fé. 

Voltando ao ensinamento de Cristo e usando o que entendemos como fé, posso dizer que a fé que curou a mulher que tocou na capa do Cristo foi a entrega absoluta a Deus sem exigir nada dele. Ou seja, a fé que levou a mulher a ser curada não exigiu que a cura ocorresse para existir...

Desta análise tiramos a grande lição para o merecer ser curado; entregar-se a Deus sem exigir que a cura aconteça, sem esperar que seja curado. Quem tem fé em Deus não precisa ser curado, porque já tem a fé: ele já se entregou a Deus e quem está com Deus não precisa de mais nada... O ser que tem fé não precisa do milagre da cura para se ter a fé. 

Quando você tem fé, já não importa mais se será curado ou não. Sendo assim, a fé é o instrumento para se merecer a cura, mas ela não se caracteriza pela esperança de ser curado, mas sim pela entrega total com confiança absoluta em Deus. Quem tem essa confiança não exige nem espera nada do Pai, mas recebe tudo o que vier em paz e harmonia, inclusive a doença. 

Só para resumir a questão da fé, há uma historinha que contamos que ilustra bem a entrega do ser humano aos desígnios de Deus, ou seja a fé humana. Um homem estava escalando uma montanha e escureceu. Ele estava escalando preso a uma e depois que ficou de noite e ele escorregou e caiu. Ficou preso pela corda balançando no vazio. Como estava muito escuro, ele não via nada embaixo...

Ali estava o homem segurando aquela cordinha com um medo desgraçado de morrer. Neste momento se lembrou de Deus. Gritou aos céus em oração: Deus me ajude. Neste momento ouviu o seguinte: largue a corda. Ele olhou para baixo e não viu nada, apenas o vazio...

Esse homem foi achado no dia seguinte morto segurando a corda a alguns centímetros do chão...
Ter fé é largar a corda. É confiar, é se entregar, é se jogar no escuro. Se a fé, ainda tem um motivo para existir ou está fundamentada numa esperança de receber algo, não é espiritual, mas sim humana.

Ações caridosas e solidarias podem ajudar a transmutar o carma negativo?

Pode, se você não quiser fazer. Achando certo fazer, se quiser fazer, você não está fazendo pelo outro: está fazendo para você, sustentando seu egoísmo.

‘Eu acho certo, eu quero fazer, esse é meu caminho, eu vou ganhar lá na frente’: toda essa intencionalidade que está presa à fama, a vitória, ao elogio acaba com qualquer positividade, pelo aspecto espiritual, que tenha o ato caridoso. 

Com relação à caridade, Cristo deixou bem claro: não dê o peixe, dê a vara e ensine a pescar. Com relação a caridade o Espirito da Verdade deixou bem claro: praticar a caridade é ter benevolência, indulgencia e perdão pelo outro. 

Repare: nenhum deles mandou você dar nada pra ninguém. Portanto, não seria o ato de dar que faria alguma coisa para que vocês tivessem um carma considerado positivo. Se apenas dar garantisse um carma positivo, era só você ir todo mês no banco e depositar um dinheiro na conta de Deus e estaria salva. Desculpa, mas essa afirmação só é verdadeira para o pastor, pois ele diz que você se salva por dar coisas materiais a Deus.

Do que está escrito no livro da vida pode-se mudar no meio do caminho?

Essa pergunta foi respondida por O Livro dos Espíritos: nada, nada pode ser alterado dentro do livro da vida. 

Agora, você precisa compreender que o livro da vida não é estático: pau, pau, pedra, pedra. Ele dita caminhos, que não vou chamar de alternativos, porque são previamente previstos, que dependendo do uso do seu livre arbítrio quando encarnado – o livre arbítrio de optar entre bem e o mal, não de se fazer ou deixar de fazer – serão percorridos ou não.

Os caminhos são como fossem ramos que saem do mesmo galho da arvore. De um mesmo ponto do galho podem sair diversos ramos. Só que diferente das árvores humanas, no livro da vida existem pontos que são obrigatórios, pelos quais você vai passar, não importa como escolha sentimentalmente viver os acontecimentos anteriores. Portanto, são ramos que saem de determinado ponto, mas todos eles vão se juntar no mesmo ponto futuro.

O que estou lhe dizendo é que o livro da vida é formado por caminhos pré-definidos que podem ou não ser vividos, mas que se vividos de um jeito ou de outro, isso não influencia no destino, porque todos os caminhos acabam exatamente no mesmo ponto.

Palestra com o pai joaquim